Cada roteirista trabalha de um jeito diferente. Alguns escrevem roteiros bem detalhados, que descrevem até uma folhinha de árvore caída no chão. Outros pegam mais leve nas descrições – geralmente quando o roteirista sabe quem vai desenhar sua história e confia nele. Penso que estamos no segundo caso, pois como vocês podem ver o roteiro que o Gian Danton escreveu para mim é bem sucinto:
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Q1 – Vemos uma cena da estação espacial. Trata-se da sala de controle, no qual está o chefe da missão e seus auxiliares, monitorando a experiência.
CHEFE: Muito bem, vamos dar início à experiência. Garry?
Q2 – A sala de controle da nave. Pensei no capitão na frente e cada um sentado em uma cadeira, com um laptop na frente de cada um, mas você pode colocar a disposição que desejar. Lá estão os cinco exploradores do desconhecido, com suas roupas normais, já que a nave tem uma espécie de atmosfera artificial.
GARRY: Estamos prontos, aqui. Podem começar.
Q3 – Novamente a sala de controle. O chefe fala com a estação destino.
CHEFE: Estação águia. Quero vocês preparados… a Pionner irá aparecer nos arredores do sistema solar em poucos segundos.
Q4 – Close do chefe.
CHEFE: Iniciar contagem regressiva.
Q5 – Novamente a sala de controle da nave. Agora temos um foco em Jaime, que está ao lado de Helga. Ao fundo, o rádio começa a contagem. Helga parece fria enquanto responde para Jaime.
JAIME: Dá sempre um friozinho na espinha antes desse tipo de coisa, hein?
HELGA: Do que você está falando?
Rádio: 5…
Q6 – Jaime parece estar se desculpando, mas parece levemente irritado.
JAIME: Não está mais aqui quem falou…
Rádio: …4…
Q7 – Close de Jaime, aborrecido.
JAIME: Garota estressada!…
Rádio: …3…
Q7 – Garry repreende Jaime.
GARRY: Jaime, monitore o sistema.
JAIME: O senhor é que manda, chefe…
Rádio: … 2… 1…
Q8 – A sala de controle da nave, em silêncio, apenas com a voz do rádio.
Rádio: …0…
Com isso em mãos, é hora de
Terminada essa etapa, é hora da arte-final. Com o pincel, procuro dar
volume às figuras (embora isso não seja visível na tela do computador,
devido à baixa resolução, e aí está um dos pontos que justificam uma
edição impressa: só nela você vê realmente o que o desenhista fez).
Usando traços de diferentes espessuras, a gente consegue também separar
os planos. Áreas de preto, principalmente numa HQ preto e branco, dão
mais harmonia ao conjunto, e ajudam a destacar os elementos mais
importantes de uma cena.
Os balões e o letreiramento são feitos no computador, assim como os tons
de cinza. E está pronta mais uma página dos Exploradores do
Desconhecido!
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